O nome Serverless (sem servidor) é um tanto quanto contraditório e na maioria das vezes acaba gerando confusão, mas uma coisa você pode ter certeza, ainda não conseguiram eliminar a necessidade de se ter um servidor.
Uma analogia que gosto bastante e que exemplifica bem este conceito é de que Serverless é como o Wifi, mesmo que você esteja se conectando a uma rede sem fio, ainda há muitos cabos envolvidos, você só não precisa se preocupar com eles.
Para começar, veremos como a infraestrutura dos servidores e nossa responsabilidade sobre eles evoluiu até chegarmos a este conceito, os tipos de Serverless e as vantagens e desvantagens em utilizar esta tecnologia.
Evolução do Serverless
Infraestrutura In-house
Até pouco tempo atrás era comum empresas comprarem equipamentos e montarem seus próprios servidores para hospedar a suas aplicações, isso fazia com que o desenvolvedor precisasse se preocupar com o gerenciamento do hardware e os softwares do servidor, este tipo de infraestrutura costuma ser bastante cara pois além dos custos dos equipamentos, você terá gastos com a manutenção, energia e entre outros.
Hoje em dia não é tão comum, mas ainda é possível encontrar empresas que utilizam este tipo de infraestrutura, se você conhece alguma deixe ai nos comentários.
Clouds - Computação nas nuvens
Com a evolução das máquinas virtuais surgiram as famigeradas nuvens (Clouds) que retiraram dos desenvolvedores a necessidade de gerenciar o hardware do servidor, mas ainda sim precisamos nos preocupar com provisionamento do software de nossos servidores, neste tipo de infraestrutura você paga pelo aluguel dos servidores e o preço varia de acordo com os recursos escolhidos.
Hoje a maiorias das aplicações web estão em Clouds.
Serverless
O conceito Serverless surgiu com o propósito de abstrair completamente do desenvolvedor a infraestrutura do lado do servidor, não precisamos mais nos preocupar com o software e muito menos com o hardware do servidor, com a infraestrutura transparente podemos concentrar nossos esforços na escrita do código e em gerar valor para o negócio.
Diferentemente das arquiteturas anteriores, Serverless você só paga quando sua aplicação é executada e isso é um dos principais motivos por ele ter se popularizado.
Tipos de Serverless
Serverless é um modelo de Infraestrutura, uma categoria e portanto existem mais de um tipo, hoje temos dois modelos distintos que são: BaaS e FaaS.
BaaS - Backend as a Service
Imagine que você vai iniciar o desenvolvimento de um aplicativo mobile e vai precisar implementar login com facebook, acessar banco de dados e armazenar arquivos, agora e se eu falasse que todas essas features já estão implementadas do lado do servidor e que estão disponíveis através de uma API simples de integrar?
A ideia do BaaS é exatamente essa, fornecer uma grande variedade de recursos em forma de APIs para que você possa utilizar em suas aplicações, seja web ou mobile, sem precisar se preocupar com a implementação e nem com a infraestrutura.
Um dos mais populares serviços de BaaS hoje é o Firebase do google.
FaaS - Function as a Service
Com os sistemas cada vez mais modularizados, os Microservices estão por toda parte e com o surgimento do FaaS começou a se popularizar um novo conceito que são os Nanoservices.
Afinal de contas o que é FaaS? Um FaaS não é muito diferente das funções que você já está acostumado a trabalhar, quando você define uma nova rota para a sua aplicação, além do nome (ex: /dashboard) você também precisa informar qual função será executada quando o usuário acessar está rota, no FaaS é a mesma coisa, você cria uma função e informa ela nas configurações do sua FaaS.
Existem diversos tipos de eventos que podem invocar sua função, como: Requisições HTTP, Schedulers e Triggers, e quando invocada suas funções serão executadas em containers stateless.
Se imaginarmos uma API no contexto de Nanoservices iríamos ter cada um de seus endpoints separados em uma função, veja como ficaria na imagem abaixo:
Existem algumas vantagens em utilizar esse tipo de abordagem, como: poder escalar os endpoints separadamente, não gerar concorrência entre os endpoints, se um endpoint "crashar" os outros continuam funcionando, entre outras.
Os provedores de FaaS mais populares são:
- AWS Lambda
- Google Cloud Functions
- Microsoft Azure Functions (open source)
- OpenFaaS (open source)
Vantagens e Desvantagens
Provavelmente você já deve ter percebido algumas vantagens de se utilizar uma arquitetura serverless, mas vamos ver os prós e contras de se utilizar.
Vantagens
- Não precisa se preocupar com gerenciamento de servidores.
- Escalabilidade dinâmica gerenciada pelo provedor.
- Com o foco voltado para o código você ganha agilidade e velocidade nas entregas.
- Sem cobrança pelo tempo ocioso, você paga apenas quando seu código está sendo executado.
- Suporte a várias linguagens de programação.
Desvantagens
- Bloqueio com provedor: Migrar sua aplicação para outro provedor poderá ser uma dor de cabeça.
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Por ser limitações de FaaS, falarei um pouco mais no artigo sobre AWS Lambda sobre:
- Limite do tempo de execução.
- Tempo de inicialização (latência).
Série de artigos sobre Serverless
Para finalizar, este artigo dá início a uma série de outros que vou escrever sobre Serverless com o foco em FaaS, mais especificamente falarei sobre AWS Lambda pois é o que tenho mais experiência, segue alguns tópicos que pretendo abordar por aqui:
- AWS Lambda (Como funciona, preços e exemplos de aplicações)
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Dentro deste contexto, quero fazer Quick Tips (posts rápidos) demonstrando como configurar pelo arquivo de configuração do framework alguns recursos da AWS, como:
- SNS, SQS, S3
- API Gateway
- VPC
- CloudWatch Events
- CloudWatch Alerts
- SNS Filtering
- Debugando sua função localmente
- Boas práticas de organização de código em aplicações lambdas com múltiplas funções
Deixe um comentário deixando suas principais dúvidas ou tópicos que você gostasse que eu abordasse por aqui!